Você já parou para reparar em quantos idosos trabalham com você? Se a resposta for nenhum, é exatamente sobre isso que este artigo vai falar sobre.

No atual cenário do mercado de trabalho contemporâneo, a diversidade tem sido cada vez mais reconhecida como um componente essencial para o sucesso de uma organização. No entanto, enquanto se avança em uma direção positiva a respeito da inclusão, ainda são enfrentados desafios significativos relacionados ao etarismo, um tipo de preconceito baseado na idade.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2021 o Brasil tinha 14,7% da população com 60 anos ou mais, representando, em números absolutos, 31,23 milhões de pessoas.

Antes de fazer uma análise de como esse dado afeta o mercado de trabalho, é preciso entender:

O que é o etarismo?

O etarismo é a discriminação ou preconceito contra pessoas com base em sua idade, seja por serem jovens ou mais velhas. Assim como outras formas de preconceito, o etarismo envolve estereótipos injustos, tratamento desigual e marginalização com base na idade. Embora muitas vezes não seja reconhecido ou discutido abertamente, ele está presente na sociedade e afeta diretamente alguns de seus aspectos, como o mercado de trabalho.

Seu impacto

Uma pesquisa da empresa Ernst & Young em parceria com a agência Maturi, realizada em quase 200 empresas no Brasil, demonstra a dificuldade da inserção de pessoas com mais de 50 anos no mercado de trabalho.

O estudo revela que a maioria das companhias pesquisadas têm de 6% a 10% de pessoas com mais de 50 anos em seu quadro de funcionários e, além disso, 78% das empresas consideram-se etaristas e veem barreiras para contratação de trabalhadores nessa faixa de idade.

O fenômeno também se faz presente quando profissionais mais experientes são escolhidos no lugar daqueles mais novos, apenas por causa da idade.

É preciso considerar que população brasileira está em fase de envelhecimento. O Censo 2022 apontou que o total de pessoas com 65 anos ou mais no país (22.169.101) chegou a 10,9% da população, com alta de 57,4% no comparativo a 2010.


Estratégias para mudar essa realidade

Uma abordagem fundamental para combater o etarismo é promover uma cultura de respeito, inclusão e valorização da diversidade em todas as suas formas, incluindo a idade. Isso pode envolver a implementação de políticas e práticas de recrutamento com vagas afirmativas e o desenvolvimento de funcionários que promovam a equidade e a igualdade de oportunidades, independentemente da idade.

Além disso, é importante desafiar ativamente os estereótipos e preconceitos relacionados à idade, promovendo uma compreensão mais precisa e positiva do envelhecimento. Isso pode incluir programas de sensibilização e treinamento para funcionários, bem como campanhas de conscientização pública destinadas a mudar essas percepções culturais já enraizadas.

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